A unidade emprega 50 funcionários, mas o sócio-gerente garantiu que nenhum posto de trabalho está em risco. ‘A solução é recomeçar o mais depressa possível’, afirmou.

Um incêndio de grandes proporções, que destruiu metade de uma fábrica de calçado situada em Bustelo, freguesia de S. Roque, gerando avultados prejuízos, não representou, para os proprietários, uma derrota. “É um grande contratempo, mas não podemos baixar os braços. Há que recomeçar o mais depressa possível, porque temos muito trabalho”, disse um dos responsáveis, energicamente.

O fogo, que começou durante a madrugada de sábado, na fábrica Relance, de calçado de senhora para exportação, foi detetado pelas 06h42, altura em que o alerta chegou à corporação dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis. Mas, quando os primeiros carros de combate a incêndios chegaram ao local, na Rua da Lomba, já nada havia a fazer para salvar o armazém da destruição, que acabou por ruir. Restou-lhes impedir que o fogo se propagasse ainda mais, para que não se alastrasse à zona de escritórios. “A parte do armazém já estava tomada pelas chamas, pelo que o objetivo foi não deixar que progredissem para os escritórios”, relatou o adjunto dos bombeiros oliveirenses, Fernando Costa, que assumiu o comando das operações. As labaredas, que tiveram início no armazém, deixaram um negro rasto de destruição e, para além de tudo o que se encontrava naquele edifício (essencialmente matéria-prima), calcinaram, ainda, uma parte da área de produção e alguns equipamentos. O teto desta zona também ameaçava desabar quando o incêndio entrou em fase de rescaldo, cerca das 08h30.
Perante um obstáculo destes, numa altura em que a exportadora tem um enorme volume de trabalho, com vários pedidos de encomendas do Canadá, Austrália ou Escandinávia, o sócio-gerente está longe de assumir postura derrotista. Mas o facto de já se encontrarem cerca de 20 funcionários à porta da Relance quando Armando Melo chegou às instalações, também o incentivou a ter vontade de recomeçar. ‘Já estava tudo pronto para ajudar e, mal as chamas foram apagadas, arregaçámos as mangas e começámos a limpar tudo’, contou o responsável. Funcionários incansáveis.

Os bombeiros conseguiram salvar algum do material já acabado e aquele que não escapou à devastação será, novamente, fabricado num outro local. “Temos que procurar outro sítio para trabalhar o mais depressa possível. Os clientes estão a contar connosco”, assegurou Armando Melo.

No combate às chamas estiveram envolvidos 40 bombeiros e oito viaturas das corporações de Oliveira da Azeméis, Fajões, Albergaria-a-Velha e  S.João da Madeira, e a autarquia disponibilizou uma retroescavadora para auxiliar nas operações. A GNR e inspectores da Polícia Judiciária do Porto – que tentam apurar as causas do incidente e, eventualmente, encontrar indícios de mão criminosa – estiveram, também, no local. Não houve habitações em risco.

(DIANA COHEN – Correio de Azeméis, 05 de Junho de 2012)

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